No Brasil, são raras as empresa de varejo que, mantendo uma gestão familiar, ultrapassam 50 anos.
Caracterizada aos moldes de um bazar interiorano a Dragonetti sempre teve um jeito singular
de apresentar seus produtos.
Não é de hoje que a Dragonetti está entre as lojas preferidas das donas de casa, dos chefs de cozinha,
dos restauranteurs e dos gourmets. Desde sua abertura, em 1965, ela vem arrebanhando clientes fiéis.
Seu início foi marcado pela presença de presentes finos, como baixelas e samovares de prata, porcelanas
e tudo o mais para fazer bonito em noivados, casamentos e bodas, porém com a chegada dos shoppings e
luxuosas lojas de presentes foi necessária uma mudança de foco, passando a trabalhar com itens mais utilitários.
Com a região transformada em canteiro de obras, as louças nobres e taças de cristal deram lugar a caldeirões,
panelas gigantes e até ferramentas para atender os operários da construção civil e das empresas que ali se
instalavam. Foi esse material mais bruto que construiu a identidade visual da loja: sempre explorando a grande
variedade de mercadorias.
Na década de 80 com a inauguração do corredor Nove de Julho/ Santo Amaro a loja ficou mais visível para os automóveis,
melhorando as vendas. A Dragonetti passou então em 1998 por uma grande reforma que dobrou o seu tamanho.
Entre os anos de 2006 e 2007, passou por outra reforma, que quadruplicou seu tamanho original. Em 2010, introduziu
um espaço gourmet dedicado a degustações.
Além da sua longevidade, outro aspecto chama a atenção na história da Dragonetti. Ao comprar o Bazar Priscila,
em 1965, Maurílio e Vali mudaram-se para os fundos da loja. A residência dos Dragonetti era agradabilíssima,
repleta de verde. Mesmo com a reforma, que ‘avançou’ na oficina particular de seu Maurílio, a residência guarda
ares europeus. “É comum na Europa que os comerciantes morem atrás de seus estabelecimentos”.
Contudo a mudança no perfil imobiliário da Avenida Santo Amaro, seus antigos prédios sendo substituídos por altos edifícios
residenciais e comerciais, forçou a saída da Dragonetti depois de 51 anos e tantas reformas. As irmãs Valéria e Cláudia saíram
em busca de um novo endereço em Outubro de 2015, buscando aliar a proximidade e as características do antigo com o objetivo de
manter o mesmo clima. Não encontraram um salão comercial com residência nos fundos, mas uma charmosa casa da década de 40.
O resultado agradou, vale a pena conferir, Alameda dos Maracatins, 196 – Moema, onde se estabeleceram em Fevereiro de 2016.